Doença de Peyronie

A Doença de Peyronie (DP) é de longe a causa mais comum de curvatura peniana adquirida e tem prevalência ao redor de 1 a 8%. Apesar desta doença ser conhecida há muito tempo – foi nomeada por Fraçois de La Peyronie em 1743 – o grande tabu que envolve a sexualidade e a falta de informações fazem com que muitos pacientes fiquem anos preocupados em silêncio, sem procurar ajuda especializada e com grande prejuízo nas práticas sexuais.

A DP é causada pela formação de uma cicatriz na túnica que limita a câmara erétil do pênis. A região acometida por este processo se torna inelástica, impedindo que a túnica se estique durante a ereção e provocando sua curvatura. Essa cicatriz pode ser perceptível como um discreto nódulo no pênis ou sofre um processo de calcificação e fica dura como osso, podendo ser notada durante o exame físico.

Um ponto importantíssimo de ser definido, antes de discutir os possíveis tratamentos, é a fase da doença. Classicamente a doença se divide em fase aguda e fase crônica.

Na fase aguda, além da curvatura, o paciente geralmente relata dor focal no pênis, dor esta que se intensifica com as ereções. A fase inicial tem duração variável e também se caracteriza pelo fato da curvatura ter boas chances de mudar espontaneamente. Em média 50% dos casos evoluem com piora, 40% permanecem relativamente estáveis e 10% apresentam melhora espontânea.

Já na fase crônica, mais tardia, não existe mais a dor local nem a progressão do quadro, mas a curvatura adquirida pode ser severa a ponto de atrapalhar ou até impedir a relação sexual.

Esta definição nem sempre é óbvia e não é incomum que o paciente não se lembre de uma fase aguda clara. Mesmo assim, é imprescindível que o urologista faça esta classificação de maneira correta pois as formas de tratamentos são diferentes para cada caso.

Os tratamentos variam bastante mas, de maneira geral, são limitados ao controle da dor na fase aguda, seja com medicações ou aplicação de ondas de choque. Na fase crônica a cirurgia é o principal recurso terapêutico e existem diferentes técnicas para retificar a haste peniana e/ou tentar recuperar o tamanho peniano perdido, quando possível.

A escolha de qualquer técnica cirúrgica, especialmente quando definitiva, precisa ser amplamente discutida com o paciente, considerando os prós e contras de cada estratégia e definindo o melhor caminho de maneira individualizada.

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Formação

Graduado em Medicina, Cirurgia Geral e Urologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Fellowship em Medicina Sexual pelo Memorial Sloan Kettering Câncer Center - (MSKCC - Nova York - EUA)

Estágio externo na Havard Medical School (Boston - EUA)

Estágio externo na Keck Medical School (Los Angeles - EUA)

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